terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dia 3 - Terça (14.08.2012)

(Plaza Tapatía)
Chegamos ao dia mais divertido da nossa semana. Duas novas moradoras chegaram para se hospedar conosco - Érica de Chihuahua e Aurora da Cidade Do México. Embora as meninas sejam do México, nenhuma tinha conhecido Guadalajara. No final da tarde decidimos conhecer as redondezas e, principalmente, a Catedral, o mais belo ponto turístico da cidade.

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Começamos pelo "Parque Morelos". Já havíamos conhecido ele antes, mas não estava com minha câmera, então aproveitamos que ele estava em nosso roteiro para fotografar com mais detalhes a beleza do lugar.

(Aurora, Eu, Silvana, Cliff e Érica)

Das nossas duas novas amigas, Aurora é a que possui a melhor pronúncia de ser compreendida. Érica, por viver nas fronteiras com os EUA, possui um sotaque mais "americanizado"; principalmente quando se empolga em suas conversas. Risos.

Em nosso primeiro dia saímos pelas ruas com roupas nitidamente Brasileiras; sandálias, shorts, bermudas, etc. Depois de observar as manerias que os Mexicanos se vestem, decidimos inovar. Além disso, diferente do que aconteceu quando chegamos aqui, faz muito frio durante a manhã e o fim da tarde. Sentimos o sol em nossos corpos com uma brisa fria nos atingindo. Mas dessa vez, estávamos preparados. Eu e Silvana que o diga...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O misteriosos caso de Miguel Parte II - O Encontro

Passaram-se alguns dias depois que perdi a oportunidade de encontrar o "Fantasminha camarada". Descobrimos que ele trabalha como gerente de uma farmácia em tempo integral. Isso quer dizer que sai bem cedo de casa e só volta muito tarde. Mesmo assim, não consigo compreender que jornada de trabalho é tão grande como essa, na minha terra isso  se chama escravidão; ou... uma fachada!

Segui minha busca implacável paralela aos estudos. Pensei em fazer um retrato falado ou coisa assim. Todos que já o tinham visto debochavam de mim. Em minha mente veio aquele filme de terror onde todos dizem ter visto uma pessoa, que na verdade está morta, e no desfecho da história apenas um dos jovens se salva - eu, é claro.

Um rascunho de como seria as feições de Miguel
Sempre que estava em meu quarto, de alguma maneira era o momento exato da chegada dele. Como as paredes são à prova de som, nunca o escutava. Quando acordava no meio da noite para beber água, podia ver a luz do seu quarto acessa, de lá vinha um barulho estranho... como se uma televisão estivesse ligada; mas os quartos não têm Tv! Mesmo que fosse apenas um computador, quem em sã consciência, depois de trabalhar 12 horas diárias, passaria a noite toda acordado? Não que eu fique a noite toda bisbilhotando a vida alheia, mas é algo que suponho.

O pior aconteceu na manhã da última sexta-feira. Não ouvi o celular despertar e acordei apressado, pois não queria chegar atrasado na aula. Já passara das 08:00 e fui em direção ao banheiro - há um banheiro no andar de cima e outro no andar de baixo - para minha surpresa me deparei com algo, no mínimo, estranho.

sábado, 25 de agosto de 2012

O misterioso Caso de Miguel


Desde que chegamos na casa em que estamos hospedados, uma coisa nos chamou atenção. Havia um quarto ao lado do nosso em que vivia um hóspede chamado Miguel. O que nos incomodava é que, passados alguns dias da nossa presença, ninguém nunca tivera  visto. Coisas estranhas começavam acontecer pela casa; janelas apareciam abertas; luzes acessas; e o pior... pratos sujos! Mas sequer tínhamos visto as "fuças" desse homem. 

Começamos a temer sua presença, precisamos a todo custo encontrá-lo. Para nós ele passou a ser uma espécie de fantasma da casa. Nossa curiosidade foi tamanha que questionamos a dona da casa sobre as atividades que ele executava. Miguel nunca estava em casa, quando acordávamos ele já tinha saído e quando dormíamos ele ainda não tinha chegado.


Aos poucos a verdade foi aparecendo... Um a um, cada um de nós foi conhecendo a verdadeira face do "Fantasma Miguel", todos menos eu! Sempre que estava perto de conhece-lo algo acontecia. Normalmente quando eu descia as escadas pra ir até a cozinha, ele saia do seu quarto e ia até o banheiro. Teve um dia em que estive bem perto de enfrentá-lo cara a cara, mas não tive coragem.

Estava no andar de baixo e ouvi o trinco da porta se mexer. Todos já estavam em seus quartos, então não podia ser ninguém mais a não ser... ele! Além da porta da entrada, uma outra porta nos separava, poderia ter ficado ali para encara-lo, mas fiz o contrário entrei dentro do banheiro e esperei que ele entrasse. Quando mudei de ideia já foi tarde demais. Subi correndo as escadas, mas ao chegar no último degrau, ele tinha fechado a porta do seu quarto.

Que frustração! Passaria uma semana mais até que eu o conhecesse... 

(CONTINUA) 

A primeira semana de aula

Após a formação de meu horário, bastava esperar para o primeiro dia de aula. Minha primeira matéria foi "Toxicologia de los alimentos" às 07:00 da manhã. Me sinto em São Paulo quiçá no Rio Grande do Sul toda vez que acordo; aqui é muito frio e também muito escuro. Como estrangeiro que sou, não poderia deixar de ir com a camisa que recebemos de presente.


A questão é que ninguém fora pra Faculdade com a tal camisa. Pensei comigo mesmo: "É melhor ir com a camisa no primeiro dia, pois vai que seja uma vestimenta obrigatória e eu fique sobrando..." Mas aconteceu o contrário, apenas eu estava de uniforme e no meio de um estilo um tanto "estadunidense" me senti a parte do mesmo jeito...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dia 2 - Segunda (13.08.2012)


Depois de estar devidamente instalados, eis que chega a hora da parte burocrática. Fomos em busca do Consulado Brasileiro para conhecer o lugar e também nos apresentarmos. A Avenida Juarez é a maior e mais movimentada avenida do centro da cidade, possui cerca de 8 km de extensão. Não sabíamos ao certo onde se localizava o consulado, mas aproveitamos para conhecer as lojas e um pouco do estilo mexicano. 

Fusca feito totalmente com material reciclável
Otoniel fora na frente guiando o restante de nós. Estava chovendo e tínhamos apenas um guarda-chuva para quatro pessoas - vocês podem imaginar quão ruim foi dividir o espaço. Para piorar a situação, aconteceu um pequeno problema: passamos direto de onde estávamos indo e ainda por cima andamos muitos quilômetros a mais. Chegamos praticamente na entrada da cidade. rsrs. Passamos em frente a esculturas de arte, o prédio administrativo da Universidade de Guadalajara, e até um shopping onde tivemos que parar para descansar um pouco, pois as pernas não aguentavam mais.

Tiramos muitas fotos, não dará para postar todas, mas estou escolhendo as melhores...  

Reitoria Geral 

Prédio Administrativo da Universidade de Gudalajara
Basicamente em cada praça há uma fonte. Como a novela "Gabriela" está em alta no momento, não pude deixar de lembrar... É tanta água que dá vontade de entrar e se refrescar ali mesmo! Outra coisa interessante são os ônibus elétricos, embora tenham uma aparência desgastada. Existe também os Macrobús, ônibus grandes que seguem apenas em linha reta, de norte a sul, por toda cidade; mas isso eu mostro outro dia. 


Enfim, depois de comer num fast-food regressamos e finalmente encontramos o Consulado, que para a nossa surpresa não teve nenhuma utilidade, pois o mesmo é Honorário, estando disponível apenas para dúvidas e informações. Olhando pelo lado positivo, conhecemos bastante lugares bonitos e tiramos muitas fotos. No total andamos por volta de 8-10 km ida e volta. Puxa vida, depois que chegamos em casa, não fizemos nada a não ser relaxar e se preparar o dia seguinte.

                   

                              
Abaixo dos Arcos que marcam a entrada da cidade de Guadalajara
  
    Uma das várias belas igrejas, muuuito alta.
Em frente ao Shopping Centro Magno






     
Outra curiosidade: há rosas intocáveis por toda cidade
Caricaturas em tamanho real, elas são iradas!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Os embalos de Sábado à noite (18.08.2012)


Finalmente chegou o sábado. Estávamos decididos a sair no fim da tarde em direção ao Centro onde embarcaríamos num Passeio turístico pela cidade, com auxílio de um daqueles ônibus que se vêem muito em Londres. Mas o tempo literalmente fechou e o pior: Teve chuva de granizo!

Estávamos conversando no jardim de casa faltando poucos minutos para sair quando, de repente, começou a chover. Até aí tudo bem.  A questão é que ouvimos um barulho estranho, parecendo tiros, caindo em cima da cobertura que estávamos. Nós, Nordestinos claro, nunca tínhamos visto granizo e a cada vez que aumentava a intensidade da chuva ficávamos ainda mais assustados.


Sendo assim, nosso programa furou. Mas o dia ainda não estava perdido. Eu e Erika recebemos um convite de Martin e Cyntia – um casal de namorados que fazem Nutrição conosco – para conhecer a noite de Gudalajara. Depois de muita incerteza da minha parte, pois estava preocupado com quanto iria gastar e sobre a segurança da cidade, resolvemos ir. Primeiro, fomos a um pequeno bar (Antro, como eles chamam). Não fazia idéia do que iria pedir de toda uma lista imensa de drinks, mas com a ajuda de Aurora, decidi pedir uma “Margarita” sabor Fresa (Morango). Ok, eu sou o que menos bebo da turma e quando olho para minha taça tomo um baita susto, é a maior de todas!



Mas depois de muita ajuda dos meus companheiros, consegui beber tudo. Nesse bar, além de música ao vivo, tinha também um karaokê. Embora não tenhamos cantado, nos divertimos muito com as paródias que fizeram de “Bad Romance – Lady Gaga” e “Hot N’ Cold – Katy Perry”.

(Da esquerda para direita: Aurora, Eu, Cliff, Martin, Cyntia e Erika)

Em seguida, fomos a procura de uma casa noturna para dançar. Uma coisa boa é que aqui no México as “danceterias” não cobram entrada, apenas o que formos consumir lá dentro. A música: totalmente latina. Não sei bem que ritmo dançamos, mas, pelo que entendo, seria Salsa, Mambo, Rumba e subgêneros. Dancei bastante, o lugar tinha muita gente e encontramos até alguns Argentinos que já conhecíamos. A decoração é como todas por aqui, um estilo medieval com uma iluminação leve e aquelas luzes brilhantes. Não houve  nenhum tipo de confusão, embora o local estivesse muito apertado. Do lado de fora, não só onde estávamos, mas por toda cidade, sempre há uma viatura passando. Os táxis são baratos e sempre estão por perto.

(Música-tema da noite: Yo no se mañana - Luis Enrique)





Comunicado

Boa tarde!

Devido a quantidade de postagens que tenho em atraso, os novos posts podem não estar em ordem cronológica. Contudo, caso queiram acompanhar meus dias de acordo com as datas, do lado direito do Blog estão marcadores com os temas de cada postagem. Sendo assim, podem ver tudo, mesmo que eu não tenha os postados em ordem.

Atenciosamente, Clóvis Marcelo. 


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DIA 1 – Domingo (12.08.2012)

Cronologicamente chegamos à cidade no Sábado às 16:30 aproximadamente. O clima estava muito seco, a temperatura excedia os 30°C. Aliando isso, o cansaço e a mudança de fuso horário, senti-me muito mal. Você já deve ter sentido isso depois de andar em algum tipo de embarcação, olhar ao redor e sentir tudo balançando como se fosse desmaiar. Resumindo, depois de sermos recebidos pelos proprietários da pensão, fomos fazer compras para o jantar e depois de um banho relaxante, adormeci numa noite de sonhos conturbados.

Aqui na cidade tem um supermercado que é o pioneiro em toda rede, assim como o Gbarbosa nos estados de Sergipe e Bahia, chamado "Soriana". Impressionei-me pelos produtos comercializados aqui, são todos tão... grandes. Os sabonetes, os xampus, as bebidas lácteas, até as verduras! Como sou nordestino não pude deixar de notar a falta da nossa querida farinha de milho e do conhecido Biscoito Cream-cracker.


(No supermercado “Soriana”, olha o tamanho dessa cebola! Cada uma pesa em média 500g)


Domingo sim foi o dia em que podemos sentir que estávamos na cidade de Guadalajara. Decidimos sair a procura da culinária mexicana e, não muito longe de casa, no Parque Morelos, encontramos um pequeno quiosque onde provamos o primeiro dos muitos sabores picantes que estarão por vir.


Comemos Tacos com Chili. Bom... Deixando o Chili de lado até que o prato estava agradável (Muy Rico! Como dizem aqui). Meu amigo Cliff não poderia deixar de fotografar minha primeira impressão do sabor picante, claro.


Havia também um grupo de dança se apresentando no local que, bem diferente da dança brasileira, trata-se de um ritmo bem lento, porém elegante. Em seguida fomos dar uma volta pelo Parque e tiramos algumas fotos. E foi assim, de maneira leve e amistosa, que acabou nosso dia.

Em Parque Morelos, escrito "Turista" em nossas roupas. Desse dia em diante, passaríamos a nos vestir mais tipicamente.
Cliff, Silvana e Eu. Na foto acima, Otoniel de vermelho.


domingo, 19 de agosto de 2012

A partida (10.08.2012)


Saímos de Aracaju às 14:20, nosso vôo atrasou pouco mais de meia hora. Seguimos em direção a São Paulo. A apreensão de todo percurso da viagem era o tempo de espera que teríamos em Guarulhos, pois teríamos cerca de seis horas de espera. Contudo, a surpresa estava reservada para os momentos finais.

(Silvana e Eu no embarque para SP, em Aeroporto de Aracaju)

A ida para São Paulo fora tranquila, tivemos um pequeno lanche no avião, o que sempre é reconfortante para mim, diminui minha ansiedade. Durante grande parte do trajeto li meu livro “Um Dia, David Nicholls” e o tempo passou num piscar de olhos. O aeroporto de Guarulhos é enorme, tem gente de todas as partes do mundo. Jantamos num fast-food e em seguida partimos para o Chek-in da Aeroméxico, lá começamos a ter ideia como seria nosso contato com a língua mexicana. Unindo o tempo de espera na fila com um bate-papo descontraído, logo chegara o nosso horário de embarque.


A partir de então uma realidade totalmente diferente nos cerca. Como viajamos numa franquia Mexicana, todo o tratamento é para o respectivo público. O que dizer da aeronave? Simplesmente incrível!


Tudo correu bem na vinda para o México, o avião em que viemos é tudo de bom. Recebi uma nécessaire com venda, escova e pasta de dente. Na seção entretenimento, tinha os filmes que estava louco para assistir; Jogos Vorazes e Guerra é guerra. Contudo, o cansaço tomou conta de mim e não pude aproveitar essa parte. Tivera ainda um canal para séries e outro para música, todos com as principais tendências do momento. 


Descansei razoavelmente bem, embora acordasse a cada momento em estado de vigília. O momento mais “tenso” e o mais aguardado foi o da alfândega, mas correu tudo bem. O máximo que aconteceu foi a olhada que deram em minha mala. 

A parte ruim se resumiu apenas a duas coisas. Um, o tempo de espera do vôo, que atrasou bastante, suspeito eu por causa da final das olimpíadas entre Brasil e México – com vitória Mexicana, diga-se de passagem. Dois, o problema em sacar dinheiro no banco. Estou um pouco preocupado com isso, mas vamos pular essa parte. 

Agora estou a caminho de Guadalajara. Nem sei como me descreve: ansioso, cansado, nervoso, enfadado, preocupado, precisando de um banho. Enfim, escrevo quando tiver novidades. 

PS: Adoro hablar en español.

 
      

(Extraído de anotações feitas na agenda durante o vôo de ida a Guadalajara)


Prólogo

Bom, desde os preparativos da viagem já vinha passando por minha cabeça a criação desse blog. Um lugar onde pudesse descrever todas as minhas experiências, observações e curiosidades que viesse a ter sobre esse novo universo chamado Guadalajara, mais precisamente a capital do estado de Jalisco, México.

É tamanha a curiosidade de todos que, por vezes, seria inviável enviar a cada um informações precisas do que acontece por aqui. Então, eis que encontro uma solução ideal para tanto. Além disso, pretendo esclarecer algumas dúvidas de pessoas que também desejem fazer uma viagem internacional, mas que assim como eu são marinheiros de primeira viagem. Posso dizer que de certo modo fora "tranquilo" arrumar a parte burocrática da viagem, mas assim como fui buscar em vários blogs, pretendo deixar a informação a disposição para todos que necessitem.

Sintam-se a vontade para me acompanhar!

Vamonos muchachos.

(Partindo da Cidade do México em direção a Guadalajara)